quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

É como se eu fosse duas...
metade de mim sofre,
metade salva...

Me diga que preciso mudar.
De vida, rumo e endereço.

São apenas lágrimas pra uns
e mais do que um apenas pra mim...

Meu espelho não tem reflexo
é uma sombra que envolve o olhar...

Das minhas metades, preciso escolher uma.
Me escolho dobrado.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012



Meu Abismo...

Todas as ações são dedicadas,

meus atos são fatos sem evidências.


Provar do pior veneno é seguir ao contrário,

ir andando pra trás...


Quero sentir o frio e o calor sem exageros,

a medida certa na pele... a minha pele...


Vou saltar de olhos fechados,

esperando você...
esperando seus medos...

esperando a paciência ir embora...


Quando tudo for dito,

vamos embora

cada um pro seu abismo.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Sobre a cidadania

Lígia Coelho :

"Cidadania é conquista individual apenas se se fundamentar no coletivo social; que esse fundamentar implica num engajar-se na classe social ou categoria profissional a que se pertence e que participação, autonomia, crítica e criação são princípios inseparáveis nessa conquista que pressupõe ainda não só direitos, mas deveres para esse grupo no qual se insere."


Vera Regina Pereira de Andrade:
cidadania é

"[...] a dimensão de participação/inclusão na e responsabilidade pela vida social e política (espaço público local, regional, nacional, global...), e através da qual a reivindicação, o exercício e a proteção de direitos, deveres e necessidades se exterioriza enquanto processo histórico de luta pela emancipação humana, ambiguamente tensionado pela regulação social."


Pietro Costa:

"[...] a expressão 'cidadania' na linguagem comum e no léxico jurídico tradicional, designa a pertença de um indivíduo a um Estado e evoca principalmente os problemas relativos a perda e a aquisição do 'status' de cidadão. Em tempos recentes, todavia, o termo 'cidadania' tem adquirido um significado mais amplo [...]. Nesta perspectiva, convém entender como 'cidadania' a relação político fundamental, a relação e a ordem político- jurídica no qual este se insere. "


Celso Ribeiro de Bastos:

“entende-se por nacional aquela pessoa vinculada a um Estado ou em virtude doj us
sanguinis, ou em virtude do jus solis. […] A cidadania implica a nacionalidade, na medida em
que todo cidadão é também nacional.”

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Quando eu nasci, eu não sabia que ia ser assim...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Soneto de Fidelidade



"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."


(Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Metade


"Que a força do medo que eu tenho, não me impeça de ver o que anseio.

Que a morte de tudo o que acredito não me tape os ouvidos e a boca.

Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe, seja linda, ainda que triste...

Que a mulher que eu amo seja para sempre amada mesmo que distante.

Porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor,

apenas respeitadas, como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos.

Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.

E que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada.

Porque metade de mim é o que eu penso, mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto, um doce sorriso, que me lembro ter dado na infância.

Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.

E que o teu silêncio me fale cada vez mais.

Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba.

E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.

Porque metade de mim é platéia e a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada.

Porque metade de mim é amor,e a outra metade...também."


(Ferreira Gullar)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Minha teoria do não objeto.


Começo a acreditar nos remédios...
Nas bombas naturais, o mundo em chamas.
O mundo chora.


O que as instalações, esculturas de Rodin, teorias de superfície da imagem são agora?

Começo a acreditar nos remédios, a fulga do nosso presente.

Agora começo a entender ...
Meus objetos existem, mas não se podem ver, as consequências que são visíveis...
Entre eles existem o espaço, a dimensão, o caos.
Meu mundo chora...